A ansiedade é uma emoção normal, que está presente em todas as pessoas, e que é essencial para a nossa sobrevivência. Apesar de estar associada a sensações físicas desconfortáveis – batimento cardíaco acelerado, sensação de falta de ar, respiração acelerada, tensão muscular, dor de barriga, etc. –, a ansiedade não é perigosa e não dura muito tempo; em poucos minutos atinge um pico de maior intensidade e acaba por diminuir, sendo apenas temporária.

Ao longo do desenvolvimento infantil, há certos medos que são mais comuns em certas idades e fases da vida. A maioria dos pais está familiarizada com a ansiedade a estranhos – uma resposta comum nas crianças e bebés quando conhecem novas pessoas –, o medo do escuro ou de ir para uma nova escola em crianças mais novas e ansiedade de desempenho em frente aos colegas em crianças mais velhas e adolescentes. No entanto, para alguns jovens, é como se nunca tivessem saído dessa fase e/ou como se se tornassem mais (em vez de menos) receosos à medida que crescem. Como resultado disto, este medo excessivo e contínuo pode começar a causar angústia e mal-estar consideráveis ou interferir no funcionamento do dia-a-dia. A ansiedade pode impedir que esses jovens se envolvam em atividades próprias da idade ou que alcancem metas desenvolvimentais expectáveis.

É esta combinação de ansiedade excessiva e interferência na vida que nos ajuda a compreender que a ansiedade já não é normal, que se tornou um problema e que precisa de ajuda para lidar com ela.

Exemplos comuns de ansiedade e angústia excessiva incluem:

- Queixas de dores no estômago ou outros problemas físicos;

- Procura constante de tranquilização;

- Choro antes de ir para a escola e maior dificuldade em regressar à escola depois dos fins-de-semana ou férias;

- Choro e raiva quando a criança está preocupada;

- Gritos;

- Dificuldades em adormecer ou em manter-se a dormir.

Exemplos comuns de interferência ou perturbação incluem:

- Insucesso escolar;

- Manter-se isolado ou não conseguir juntar-se e fazer amigos;

- Recusa em ir a visitas de estudo;

- Resistir a participar em novas atividades ou experimentar coisas novas;

- Recusa em ir para a escola.

Dica útil: Como pai ou mãe, lembre-se de que é a pessoa mais importante na vida do/a seu/sua filho/a. Embora lidar com uma criança ansiosa possa ser frustrante para toda a família, a criança precisa de um pai ou de uma mãe carinhosos, mas encorajadores, para ajudá-la a aprender a lidar e a ultrapassar a ansiedade.